Quem é conectado às redes sociais deve lembrar muito bem quando surgiu no Orkut a tal da Colheita Feliz. O nome já diz tudo, é uma colheita. Você vai lá planta e colhe. Basicamente isso. Depois do surgimento deste aplicativo vieram outros. Surgiram então as cidades virtuais – assim como no mundo real as cidades urbanas e rurais. O próprio Internauta é responsável pelo desenvolvimento de sua cidade. Enfim, ele é o prefeito. Constroi casas, abre negócios, constroi os órgãos públicos, planta, colhe, planta, decora as ruas, e por aí vai.
Quando essa febre começou, eu assistir uma matéria em um jornal que dizia sobre o comportamento de alguns usuários diante dessa novidade. Realmente algumas pessoas levavam ou levam isso muito a sério. Entra totalmente no clima. Uma das entrevistadas, uma senhora, disse que para ela funcionava como uma terapia. Ela gostava de trocar informações com os vizinhos, auxiliar na construção da cidade, e tudo isso ali, virtualmente.
Na minha curiosidade eu fui tentar entender como funcionava esses aplicativos. Em umas das minhas contas “fake” (que há muito tempo não usava) inserir um cidade virtual. E o resultado foi que quase me perdi dentro desse mundo, posso dizer, um tanto quanto louco.
Descobrir que o capitalismo também está impregnado nas cidades cibernéticas. Uma pessoa me explicou que moeda é diferente de dinheiro. Fiquei sem compreender. Dinheiro e moeda no meu Mundo são sinônimos. As moedas não são suficientes para realizar todas as ações necessárias para o desenvolvimento local virtual. Algumas coisas para serem construídas necessitam de dinheiro (que em alguns casos é chamado de ouro, ou como no popular dindin) e isto que é difícil. Não consegui fazer nada porque só tinha moeda. Um monte de moeda. E até agora não aceito uma coisa dessas. Se no Mundo real, eu tivesse a quantidade de moedas que tenho na porcaria do “não sei o que lá Ville”, eu tava muito bem de vida. Mas Deus não dá asas à cobra, não é mesmo?
E comecei a ficar irritada. Aparecia uma mensagem: sua meta é construir prédios públicos para aumentar a população, para isso é preciso ter 10 dindin. Me diga, como eu ia construir se eu só tinha moeda? Como se não bastasse eu também tinha que ter energia, se a energia acaba, tudo para. Muita informação para a minha cabeça. E veja como são as coisas, quando tava sem energia ou sem dinheiro aparecia uma mensagem dizendo para eu comprar mais. Paradoxo: sem dinheiro na cidade virtual, com o salário atrasado e contas a pagar no mundo real, e vem me falar que tenho que comprar dinheiro com dinheiro real? Jesus apaga a luz. Que nada, foi o fim.
Não estou aqui criticando que curte esses aplicativos. Eu apenas não tenho paciência para isso não. Ainda bem que a Internet nos proporciona de tudo. É uma janela para o conhecimento e isso nos possibilita a busca de outras ferramentas que nos interessa. E cada um faz suas escolhas e o mundo segue.
Prefiro o meu conturbado mundo. Se não tenho dinheiro para comprar alguma coisa é simples, passa no crédito. Se não tem tudo bem. Pelo menos minhas moedas servem para alguma coisa. Dez moedas de 0,10 centavos é igual à 1,00 real de Big Big. Ao menos isso.
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