Tá com medinho?

 

Fui aproveitar o carnaval no litoral norte com uma amiga. Relaxar, pegar uma cor (na verdade eu fiquei vermelha, até as pernas ardiam mesmo com protetor solar fator 30), me divertir. Dependendo de mim eu ficava o restante do carnaval por lá mesmo, tava disposta a ficar longe de Salvador. Mas minha amiga Rafa queria voltar mais cedo. Ainda bem que decidimos isso. Vou contar o porque. Já passava das 10 horas quando fui deitar, até cedo para uma pessoa que costuma dormir depois de meia noite. As camas estavam arrumadas. Não exatamente as camas. Era um colchão e meio. Deitei mas não consegui dormir. Uns 10 minutos depois Rafa chega e fui abrir a porta. Quando ela foi pegar a camisola que estava em um quarto nos fundos (estávamos dormindo na sala, próximo a cozinha) percebeu que tinha um bicho. Voltou novamente para tirar as lentes de contato e percebeu que era um SAPO! Como tem um quintal grande nos fundos, ele deve ter entrado antes de fecha a porta. Você pode achar uma besteira um simples sapo. Mas eu não suporto anfíbios . Tenho nojo mesmo e não nego. Para piorar a situação Rafa resolver ligar a lanterna do celular para mostrar a direção em o sapo estava.

Rafa: Juli, o sapo está ali, ele vai pular o degrau e vai conseguir chegar perto gente!

Eu: apaga essa porra, porque aí sim isso vai pular na gente.

E o desespero começou! Minha amiga dizia a cada 30 segundos que o sapo ia pular. Resolvemos ir deitar. Rafa se cobriu dos pés a cabeça parecendo uma trouxa e eu fiz o mesmo. Daqui a pouco começamos a escutar barulhos na cozinha e aí... ai meu Deus. Pensamos que era alguém. Ainda perguntamos se a prima dela estava ali, mas não obtivemos repostas. Mais uma vez escutamos barulho de uma pessoa mexendo em sacos. Pensamos: alguém entrou aqui. Ficamos de mãos dadas e a cada barulho apertávamos a mão uma da outra como uma criança que aperta a mão da mãe com medo do bicho papão! Resolvemos ligar para a prima dela. E adivinha? O celular estava na cozinha.

Eu: desliga isso, daqui a pouco a pessoa que está na cozinha atende.

Vai rindo, vai!

Pensamos em sair correndo, mas não sabíamos onde tava a chave. Imagine, duas “burras velhas” saindo correndo pela rua gritando por socorro.

Bom, imaginamos que o sapo foi parar dentro da lata de lixo e por isso o barulho todo. Mas era muito intenso o barulho de sacos e a cada vez só aumentava. Meu coração quase saiu pela boca. Minha amiga sugeriu que a gente fosse até a cozinha. Eu prontamente me recusei. Como é que nós íamos lá supondo que tinha uma pessoa e a cozinha com um monte de facas? Já tava imaginando a capa do jornal: Jornalista e Administradora morrem esfaqueadas. Minha mãe ia enfartar e me encontrar diretamente no céu. Eu mal me conseguia me mexer. Que situação! Já tinha dado meia noite e nada dos barulhos cessarem. Mas chegou um momento que eu cochilei e sonhei que chamamos a polícia e que realmente era um homem que tava na cozinha. O safado saia de mansinho pela porta da frente, quando os policiais pediram para ele parar ali mesmo porque seria preso. Eu despertei e percebi que minha amiga já tinha caído no sono. Já eram duas horas da manhã. Ainda escutei alguns barulhos, mas acabei dormindo.

Amanheceu. Acordei e disse que eu queria mesmo é ir embora e voltar a dormir na minha velha e boa cama. Contamos tudo para a prima dela. É claro que ela teve uma crise de riso. Ela suspeitou de alguns ratos que ela tinha visto e que já tava tentando matar os desgraçados. Vai ver o sapo queria comer eles. Fomos verificar um saco que deixamos pendurado. Tava no alto, não tinha como os ratos irem até lá e muito menos um sapo pular dentro dele. Vimos um biscoito aberto, exatamente naquele lacre que nós puxamos. Na hora Rafa ficou arrepiada. Alguma conclusão? Será mesmo que só estávamos na companhia de sapos e ratos? Ui...