domingo, 4 de novembro de 2012

The Voice? É fichinha!

Edu Lôbo
Na década de 60 com Ditadura Militar no Brasil, os festivais mexiam com os nervos dos brasileiros. O festival de 1967 (já na sua 3° edição) foi badaladíssimo, com direito a desistência e tudo. E claro sem falar nos nossos queridos baianos, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Caetano cantando Alegria, alegria um canção se opondo claramente ao regime militar, que todos nós já sabemos. Inclusive Caetano entrou debaixo de vaias, o que foi logo contornado. Gil com sua belíssima canção Domingo no Parque acompanhado dos Mutantes com Rita Lee. Outro grande destaque, claro, Chique Buarque com Roda Viva. Eu amo essa música. E claro a grande vencedora ( para mim merecedora) Ponteio, interpretada por Marília Medalha e Edu Lôbo. Tiveram também outros nomes conhecidos como Roberto Carlos.






Claro que a realidade daquela época era bem distinta da qual vivemos hoje - ainda bem. Os festivais revelaram grandes nomes da música brasileira, alguns infelizmente partiram para outra. Não sei se seria radical demais em dizer que no século 21 é já não existem cantores com a "pegada" de algumas décadas atrás. É tudo tão igual, a mesmice de sempre, enfim, música para comercializar. Aí você fala: ah, não Juliana! Tem gente boa como Los Hermanos. Sim, beleza! Tem sim os "cults" e "intelectualizados" dos Los Hermanos entre outros artistas na mesma linha musical. (esses que por sua vez conseguiram espaço graças ao hit grude de Ana Júlia, que eles fazem questão de mencionar, que é passado. Imagine se Gil não quisesse falar mais de Domingo no Parque? Eu, hein) Mas voltando. Não é a mesma coisa, não mesmo. Infelizmente. Mas, também não é apenas o quadro musical que interfere na mesmice. Os tempos são outros, as gerações são outras, os gostos são diferentes, a sociedade é diferente.

Vejo o The Voice, acho bacana, não vou mentir. Sinto falta de uma programa musical nas tardes infelizes de domingo na nossa pobre televisão brasileira. Os aspirantes a novo astro da música brasileira até catam bem, ou não. Mas tenho certeza que eles não farão grande diferença para a nossa música. Vai ser apenas mais uma voz bonita, que sofrerá intervenção dos produtores musicais e que simplesmente criarão um novo produto, pronto para ser consumido por um tempo determinado ou indeterminado. 

Digo isso pois, alguns programas tentam e já tentaram criar um novo ícone da música e nunca chegaram muito longe. Não passaram de uma chuva de verão, como o programa de Raul Gil, que até hoje promove concurso de música. O programa da Record, Ídolos, que posteriormente pertencia ao SBT, que nada nada e morre da praia. Exemplo disso era quando o formato do programa pertencia à emissora de Silvio Santos, 
quando surgiu os grupos teens (um febre temporária) Rouge - ah, por sinal querem voltar - e o BR'Oz. Lembra também do Fama, programa da Globo? Eu nem lembro mais quais foram os ganhadores, só lembro mesmo de Tiaguinho, ex-Exaltasamba. Resumindo, hoje é tudo tão... tão... tão.... que eu não tenho nem palavras para descrever.

Sim, voltando a falar do festival de 67 quero que vejam o documentário Uma noite em 67. Não vou falar muito para não perder a graça. No documentário tem os depoimentos dos artistas que se apresentaram naquela noite, falando do clima, nas canções e tudo mais. Quem não viu veja e verá que The Voice e similares é fichinha perto dos grandes festivais que já tivemos no Brasil.


Só pra não passar em branco e não perder o bom humor, procurando um dos vídeos do festival encontrei essa paródia da música Roda Viva feita por Marcelo Adnet na Mtv. Eu ri com essa.


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