segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Propaganda fora de época


Esses dias pela manhã eu estava assistindo TV e de repente, não mais que de repente, vi uma propaganda de combate à dengue. Fazia um bom tempo que eu não via nenhuma propaganda televisiva de combate ao maldito mosquito.


Pensei comigo: porque propagandas como essa não são veiculadas durante os 365 dias do ano? A mesma pergunta me faço sobre as propagandas de combate a AIDS. No período que antecede o Carnaval o governo já pensa em quem vai fazer a propaganda (tipo: qual rostinho global vai ser o garoto (a) propaganda), quantos milhões serão gastados e etc. e tal. Será que a AIDS é uma epidemia que só ocorre durante o Carnaval, e esquecerem de avisar à população? É apenas na maior festa popular brasileira que é possível uma pessoa ser contaminada?


O mesmo acontece com as propagandas de combate à dengue. Todos nós sabemos que é no verão que se tem um maior índice de incidência do mosquito da dengue. Mas não é necessário que espere o verão chegar para intensificar o combate ao aedes aegypti. Tô com razão?

O último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde da Bahia, publicado no dia 29 de novembro de 2010, foram notificados 54.615 casos de dengue no estado. De acordo com o órgão, houve uma redução de 54,5% se comparado com o mesmo período do ano passado. Ainda sim temos motivos para nos preocuparmos. Dados do Ministério da Saúde indicam que no país atualmente existem 24 cidades em risco de surto de dengue, das quais três são baianas: Simões Filho, Itabuna e Ilhéus. Entre as capitais, Salvador está em primeiro lugar em situação de alerta. (Mais informações no site http://br4.in/Yx5x5)


O número de casos de AIDS no país contabilizados entre 1980 (quando começou a coleta de dados) até junho de 2010 é de 592.914. Em 2009, foram notificados 38.538 casos da doença. (Mais informações http://www.aids.gov.br/pagina/aids-no-brasil)


Eu citei apenas dois casos que sempre estão mais em destaque na mídia. O velho ditado já diz: é melhor prevenir do que remediar. Mas infelizmente desconhecemos disso. Não só o governo, mas a iniciativa privada deveria investir em propagandas de forma que conscientizem a população e tragam informações de como evitar determinadas doenças. Não é esperar um surto de meningite, de cólera ou de qualquer outra coisa acontecer para só depois encontrar soluções. O trabalho deve ser contínuo. Vamos também fazer também um carnaval fora de época com as propagandas de combate às doenças.

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