quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Um atrás do outro


Já percebeu que tudo hoje em dia se resume em fila? Não tem coisa pior do que você ficar em pé numa fila. É fila para tudo, no açougue, no supermercado, na farmácia, no médico, no banco e por aí vai. Fico imaginando se quando morremos vamos ter que enfrentar um castigo desse, talvez o último antes de conseguir uma vaga no Céu.

Pior que pegar fila, é ter que ouvir as conversas que surgem durante a espera. Na rede de supermercado Bompreço isso já é de praxe. Não existe um só dia que aquele lugar cheio de donas de casa em busca de comida mais barata, não esteja cheio. Aí vem o papo:
- Isso aqui não muda! É sempre a mesma coisa. Que atendimento de merda.

Nisso sempre surge alguém que tem uma história para contar sobre algum problema que teve no supermercado. E a conversa dá pano para manga.
Se na fila tiver muita mulher, o que geralmente acontece, e chega na parte em que fica as revistas, a conversa muda de rumo. Os olhares se voltam para as revistas:

- Menina, fulano vai pegar a mulher com o outro em tal novela! Que babado

Ou então as fofocas dos famosos:
- Você ta vendo aí? Já é o quinto namorado dessa atriz nesse ano, se fosse pobre é porque era uma periguete descarada!

E existe coisa pior que a pessoa que está na sua frente pedir para olhar as compras? Você já não tem força para empurrar seu carrinho ou segurar sua cesta, ainda tem que ficar olhando o que não te pertence. Um dia eu estava na fila no supermercado e um ser humano pediu para que eu olhasse uma caixa de cerveja. Eu na minha bondade fui empurrado a caixa da bebida e nada do cara voltar. Chegou a minha vez e eu deixei lá a caixa. Será que ele lembrou que não tinha dinheiro? Outra vez foi uma mulher cara de pau que toda hora saía para pegar alguma coisa. Pegava uma coisa e tirava outra do carrinho. Aí que raiva. Eu tive que empurrar o carrinho que quase sai derrubando tudo. Ela percebeu que eu não estava de boa vontade e parou com a palhaçada.

Fila de banco eu nem comento. Que ódio que eu fico quando tem um Office Boy com uma tonelada de pagamento. Nossa senhora! Fiquei umas duas horas, pois a criatura tinha uns três mil reais em notas de cinqüenta para depositar. Pensei que ia dormir no banco.

Órgão público. Nesse local você sempre encontra uma filinha básica, aquela que nunca sai do lugar. É a visão do inferno! No nada alguém começa a resmungar sobre os políticos etc. e tal. Aquele papo que você já conhece.

Fila de ônibus também é uma onda. No começo e no fim do dia que você vê a tensão nos rosto das pessoas. A fila se forma e fica um olhando para a cara do outro. Quem será que vai invadir e fazer bagunça? Isso tudo é para não ficar em pé no buzu.

E SUS? Arebaba! Só tem doente. A conversa? Sobre doença. É a vizinha que teve um problema de úlcera, é o menino que ta com catarro no peito, e outro que tem “problema de cabeça” e doenças surgem. E quando é para entregar exame de fezes e urina. Todo mundo na fila com seus materiais bem guardadinhos, geralmente em sacolinhas. E olha que o atendimento não é nada eficaz. Quanto constrangimento!

Fila no banheiro é o que há de pior. Ainda mais se você já ta no seu limite. Mas só tem fila mesmo é no banheiro feminino. Em banheiro masculino dificilmente você vê cinqüenta metros de pessoas enfileiradas para fazer suas necessidades fisiológicas. Outra visão do inferno.

E você ta fazendo o que aqui lendo esse texto? Sai da Internet e vai cuidar de sua vida, porque a fila anda!

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